Nobel
Há uns dias fez vinte anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago e houve celebrações em todo o País (um congresso dedicado à sua obra em Coimbra, uma ida do Primeiro-Ministro e da família à Azinhaga, onde nasceu o escritor, leituras de Pedro Lamares no local onde as cinzas de Saramago foram depositadas e o lançamento do Último Caderno de Lanzarote e de um livro de Ricardo Viel, O País Levantado em Alegria, sobre esses dias loucos). Também em Lanzarote se encontraram os primeiros-ministros de Portugal e Espanha; saíram numerosos artigos nos jornais, a TV pediu testemunhos a escritores e editores, enfim, Saramago fez o pleno vinte anos depois, ao mesmo tempo que quem não ganhou o Nobel da Literatura desvalorizava esse prémio numa entrevista, quando é difícil acreditar que não o tenha desejado muitas vezes. Contaram-me que no país aqui ao lado fizeram uma maldade a um escritor que estava sempre à espera de receber o Nobel e ficava impossível de aturar por aqueles dias. Então, uns amigos pediram a uns suecos que estudavam em Espanha para lhe telefonarem na véspera do anúncio do Nobel, perguntando, com o seu sotaque nórdico, se aquele era mesmo o número de telefone do escritor-tal. O homem parece que ficava numa pilha de nervos até saber que, mais uma vez, o prémio não fora para ele. Uma boa partida para pregar a… muitos escritores por todo o mundo.
Hoje há lançamento em Lisboa de Pão de Açúcar, o novo romance de Afonso Reis Cabral. Aqui fica o convite.