O filho pródigo
Há dois anos, João Rebocho Pais foi nomeado para o Prémio Mais Alentejo com o livro O Intrínseco de Manolo, cuja acção decorria em Cousa Vã, aldeia alentejana da Raia; o prémio foi instituído pela revista com o mesmo nome, que atribui anualmente galardões em muitas áreas da cultura e da cidadania e organiza uma gala com direito a roupa chique e apresentadores da televisão, bem como uma assistência cheia de ilustres (incluindo alguns políticos de renome). O livro não ganhou e tanto eu como o autor apanhámos uma chuvada em Évora de que nunca mais nos esqueceremos. Arrumei o assunto, mas eis que este ano a história se repetiu e foram nomeados quatro autores meus (Cristina Drios, Gabriela Ruivo Trindade, Carlos Campaniço e de novo João Rebocho Pais – em suma, não conheço as pessoas que escolhem os nomeados, mas tinha quatro finalistas em cinco, o que me pareceu simpático da parte deles). Não participei da gala, que decorreu em Beja no fim do mês de Outubro, mas devia ter ido porque arrecadou o prémio o livro Mal Nascer que, nunca referindo o local da acção, parece aos olhos de todos passar-se no Alentejo, donde o autor é oriundo. No fundo, acho que foi bonito a revista não se esquecer dos filhos da região (e, como o Carlos Campaniço mora no Algarve, foi um regresso a casa) e mando daqui os parabéns ao premiado.