Tiago Salazar, jornalista hoje arredado dos jornais, tem-se dedicado especialmente à literatura de viagens (foi também autor de um programa de TV nesta área) e aos livros de crónicas, mas já escreveu um romance sobre os Rotschild do Oriente (A Escada de Istambul) e acaba de reincidir na ficção com um pequeno volume maravilhoso do género histórico. Chama-se O Magriço e conta a história de D. Álvaro Gonçalves Coutinho, celebrizado numa passagem d’Os Lusíadas como um dos Doze de Inglaterra, cavaleiros portugueses que, no reinado de D. João I, participaram num combate que visava lavar a honra de doze damas e do qual saíram vencedores.Tratando-se de um cavaleiro de linhagem na Corte do Mestre de Avis, o Magriço não aceitou, porém, que o seu monarca lhe negasse casamento com a mulher que amava e partiu para a Borgonha, onde lutou por mais de uma década entre os pares de João Sem Medo, que o considerou um dos mais destemidos guerreiros que alguma vez o serviram. Tiago Salazar instala-se de armas e bagagens na Idade Média e, vestindo a pele desta personagem controversa, dá-nos um testemunho das suas andanças e tribulações num relato em forma de autobiografia romanceada, ao jeito dos melhores livros de cavalaria, a que nunca falta uma pitada de colorido e humor.
6 comentários
Uma Maria 28.10.2020
Já estive em Istambul e adorei a cidade. Vou ler esse livro. Sempre quero ver que escada é essa! 😊
A escada foi oferecida à cidade de Istambul por Abraham-Solomon e ficou célebre numa fotografia do Cartier-Bresson. Ao deambular por Istambul, o Tiago encontrou essa escada e foi à procura da história da filantrópica família Camondo, praticamente desconhecida aqui no Ocidente. Como já existia uma boa biografia, o Tiago resolveu contar a história em forma de romance. É uma escada muito peculiar, a Maria pode ver a capa do livro na net. Adorava ir à Turquia, especialmente a Istambul (há quem diga que faz lembrar Lisboa) uma cidade que só conheço dos filmes, documentários e livros do Pamuk. Há muitos anos, hesitei entre Grécia, Egipto e Turquia: venceu a Grécia. 🌾🍁 Maria
Acredito, mas o que é engraçado é que já li em guias e jornais que o perfil da cidade visto por quem viaja de barco no Bósforo faz lembrar Lisboa vista do Tejo... SE ignorarmos os minaretes das mesquitas: mas como ignorá-los se eles são o B.I. da cidade, especialmente os da Mesquita Azul que é imensa - a Maria entrou lá? Também dizem que uma das pontes do Bósforo faz lembrar a nossa 25 de Abril. Enfim, tudo isto é muito subjectivo: quando (e se) eu for lá logo conto o que senti...
Maria, quando lá for vai ver que eu tenho razão! Há muitas mesquitas em Istambul e a Azul, na minha opinião, nem sequer é a mais bonita. Para mim, A Mesquita de Istambul ( e agora, infelizmente, voltou a ser usada como local de culto ) é a antiga Catedral de Hagia Sophia ou Santa Sofia que era um monumento nacional. Nunca a vou esquecer!