O que ando a ler
Terminei-o ontem e tenho de confessar que, apesar de se tratar de um romance que começa mesmo bem, que promete, que é diferente, acabou por não me convencer. A autora Deborah Levy já cá tem vários publicados e, se não me engano, foi finalista do Booker Prize duas ou três vezes. Porém, este Azul de Agosto não é o meu género de romance e arrastei-me ao longo das suas páginas: quanto a mim, nem constitui uma história bem contada, nem um livro sem grande história mas com uma linguagem ou uma estrutura poderosa. Na verdade, achei-o um livro sobre coisa nenhuma. Talvez o defeito seja meu, pois a autora é, segundo já percebi pelo que tenho lido, muito estimada e considerada, mas mais uma vez é aquele tipo de livro feito à medida para os tempos e as questões fracturantes, o que me parece sempre oportunista, até porque o assunto nada tem que ver com essas questões. Mas, enfim, posso ser eu a envelhecer e a gostar de cada vez menos coisas, e a premissa até é interessante: uma pianista que deixou o palco em Viena a meio de uma peça de Rachmaninoff e não voltou a tocar (e que gostaria de saber porque foi abandonada em criança e entregue a um mestre de piano, que a adoptou e está agora às portas da morte). Tem uma dupla, que encontra em vários países por onde passa e corre o risco de ser ela mesma. Leiam e dêem-me a vossa opinião.