O que ando a ler
Pode parecer estranho (e é), mas ando a ler As Aventuras de Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle, não tanto por ser uma amante do género ou uma apaixonada do autor, mas porque me interessa muito uma coisa chamada «lógica dedutiva», ou seja, a quantidade de coisas que se podem deduzir só de olhar para alguém (função, origem, nacionalidade, temperamento, personalidade, saúde) ou de observar alguma coisa. O senhor Holmes é um ás nisso e, por vezes, o cliente nem precisa de lhe dizer quem é e ao que vai, porque ele em três tempos adivinha tudo. Há muitas adaptações das aventuras do detective, seja em televisão, seja em filme, e todas representam Holmes com um chapéu de fazenda aos quadrados e um cachimbo curvo, mas a verdade é que nos livros não existe tal descrição, e li algures que foi numa peça de teatro que o encenador introduziu esse dado que ficou para sempre. Uma coisa que desconhecia até há pouco tempo é que Conan Doyle era um médico com muito tempo livre (tal como Watson, que é o narrador das aventuras e um admirador incondicional do detective) e escreveu livros sobre tudo e mais alguma coisa, incluindo espiritismo. Boas leituras.