O que ando a ler
Às vezes, os amigos editores oferecem-nos livros que publicaram, querendo partilhar connosco a alegria de uma escolha. Recentemente, aconteceu-me com uma colega da Quetzal e recebi de presente o magnífico O Esplendor dos Brunhoff, de Yseult Williams, que conta a história de uma família europeia que é praticamente desconhecida do grande público, apesar dos seus feitos notáveis e das figuras que constituíam a teia das suas relações pessoais. A história deste clã narra-se a partir do patriarca Maurice (antes Moritz) de Brunhoff (1861-1937) no tempo da guerra franco-prussiana e passa para a geração dos seus filhos magníficos, entre os quais se encontram o ilustrador do elefante Babar e a directora da revista Vogue em Paris (o marido desta última, Lucien Vogel, é uma personagem igualmente fascinante). Porém, se esta família passou quase incógnita, foi certamente porque pelos corredores das suas casas andaram muitas pessoas cujos nomes acabaram por ofuscar o dos Brunhoff, como Diaghilev, Jean Cocteau, Picasso, Dior ou Chanel. Apesar de discretos, os Brunhoff, para que se saiba, já davam cartas no início do século XX e estão ligados à edição das primeiras revistas de moda francesas (sendo uma delas a Gazette du bon ton), bem como à fotografia artística, à imprensa e à arte em geral. Não se livraram, mesmo assim, de duas guerras mundiais e dos campos de extermínio na Polónia. O seu destino consta desta biografia aliciante que ando a ler.