O senhor Pina
Conheci Manuel António Pina (ao vivo, quero eu dizer, porque obviamente já o conhecia dos livros e das crónicas jornalísticas maravilhosas) num festival de poesia em Genebra, no qual, como agora se usa dizer, coincidimos numa mesa-redonda. Desse grupo de poetas (que incluía também Gastão Cruz e Pedro Tamen), infelizmente só Fernando Pinto do Amaral e eu permanecemos vivos. Mas o Manuel António Pina seguirá vivo para quem o leia e para quem queira contar ou ouvir as suas histórias sempre tão engraçadas, como aquela de ter um número absolutamente louco de gatos, «parte deles em pensão completa e o resto em meia pensão». Fez recentemente dez anos que o poeta do Porto morreu e a Feira do Livro da Invicta decidiu que estava na hora de o escolher como homenageado: vai, pois, ter a sua tília com o nome gravado no jardim do Palácio de Cristal e um festival literário com programação de João Gesta coordenado pelo também poeta (e romancista) Rui Lage. Falta quase um ano, mas já está decidido. Uma boa ideia para 2023.