O teatro
Na mesma semana em que perdemos um dos grande encenadores portugueses, venho falar-vos de novo de teatro. Não de um dramaturgo conhecido, mas de um conhecido escritor que, de ora em quando, se transforma em dramaturgo: José Luís Peixoto. Sim, os romancistas que vivem exclusivamente do que escrevem muitas vezes deixam os romances para se dedicar a crónicas, guiões e peças de teatro, e José Luís Peixoto reincide nesta última vertente com a peça estreada dia 16 no Teatro Meridional, que poderá ser vista ao longo de um mês (de quarta a sábado, às 20h00, ao domingo às 16h00). Chama-se Vida Inversa e tem como epígrafe a frase: «Porque conseguimos continuar e, enquanto continuamos, continuamos. Estamos vivos. Ou acreditamos que estamos vivos, o que é, talvez, a mesma coisa.» Embora não tenha ainda assistido (mas quero muito ir), sei que decorre num ambiente que é e não é absurdo e também que reúne uma série de persoagens que juntam as suas melhores ideias para um projecto para o município de Bucareste, na Roménia. Nesses encontros, porém, todos vão necessariamente expor-se, estabelecer relações de cumplicidade, falar dos seus desejos, dos seus sonhos e do que querem para o futuro. Mas se calhar, pela universalidade, poderia ser noutro lugar qualquer... Tudo afinal é tão perto de tudo. Vamos ver? Eu cá estou curiosa.