O Último Avô
Já está nas livrarias o mais recente romance de Afonso Reis Cabral, um dos mais jovens autores portugueses literários de peso, que venceu o Prémio LeYa com o primeiro romance (O Meu Irmão) e o Prémio Literário José Saramago com o segundo (Pão de Açúcar). Tardou a entregar o terceiro, mas compensou a espera com a qualidade, por isso perdoamos-lhe o silêncio e o atraso. Em O Último Avô conheceremos Augusto Campelo, o mais genial escritor português, que queima o manuscrito no qual trabalhou durante anos, deixando para trás um mistério: seria o tão esperado romance sobre a experiência traumática da Guerra Colonial, de que tantas vezes falava, mas à qual nunca dedicou um livro? Subsiste a dúvida: o escritor morre uma semana depois. Resta por isso ao neto a missão de descobrir a verdade e de compreender (ou não) o gesto do avô. Mas essa busca arrasta-o sem querer para um terreno bem mais doloroso, que se prende com a fuga e a morte prematura da mãe, cuja ausência é sublinhada há anos por um quarto trancado na casa do avô. Atravessando a intimidade de três gerações de uma família marcada por perdas, conflitos e paixões, O Último Avô conta a história da relação entre um escritor tirânico e o seu único neto, entre a herança literária e a vida real. Brilhante, garanto-vos.


