Os livros de Smith
O jornal britânico The Guardian é um manancial de informação cultural e, há mais ou menos duas semanas, publicou as respostas a um questionário que dirige regularmente a escritores conhecidos, desta feita dadas por Patti Smith, escritora e cantora de gabarito internacional (não há muito esteve cá em Lisboa para um concerto que, evidentemente, esgotou assim que os bilhetes foram postos à venda). As perguntas (como no famoso Questionário de Proust) costumam ser as mesmas para qualquer escritor, mas, como é normal, as respostas variam bastante. Neste caso, são até surpreendentes: Patti Smith diz, por exemplo, que o livro que gostaria de ter escrito era Pinóquio; que a obra que a fez querer ser escritora foi Mulherzinhas (em especial a personagem Jo March); que o livro que mais influenciou a sua escrita foi Diário de Um Ladrão, de Jean Genet; e que ficou com tanta ansiedade enquanto lia O Príncipe e o Pobre, de Mark Twain, que até vomitou. Chorou com Charlotte Brontë e riu com César Aira; e envergonha-se de nunca ter lido O Homem sem Qualidades, de Robert Musil. A sua cabeça foi virada do avesso por O Jogo das Contas de Vidro, de Hermann Hesse. Há mais, claro, mas o melhor é ir lá conferir.