Os novos feminismos
Uma amiga chegada postou no Facebook a sua gloriosa indignação em relação à estupidez de certas pessoas, acrescentando que seria bom «eliminá-las» das nossas vidas. A sua irritação tinha, claro, razão de ser e prendia-se com um artigo publicado na revista The Economist sobre um livro que defende que as mulheres devem «eliminar» os homens não só das suas vidas, mas das suas mentes! Assina o livro Alice Coffin (um apelido bastante gráfico que evoca um caixão onde a senhora quer meter os homens todos do mundo), e o título em inglês é Lesbian Genius. Nele, a autora diz que já não vê filmes nem lê livros de homens e também não ouve música de homens – e está no seu direito, claro, mas apelar a que todas as mulheres façam o mesmo é paradoxalmente pô-las ainda mais ignorantes do que alguns homens querem que elas sejam… O/a articulista (nunca sabemos quem escreve o artigo nesta revista) antevê um mundo sem Voltaire, Mozart ou Truffaut e não gosta… (nem eu, e sou mulher). Alice Coffin foi despedida da Universidade Católica, onde ensinava, por ter comportamentos totalitários e obscurantistas em relação ao sexo oposto (e não sabemos se quem a despediu era homem); mas não é a única a instigar ao ódio aos representantes do sexo masculino. Moi, je deteste les hommes, um pequeno ensaio de uma escritora francesa (esta mais moderada, porque até é casada com um homem, ou seja, não está ainda pronta a «eliminar» os homens da vida e da mente), está também a fazer furor em França e creio que não faltará muito para que apareça por aí uma tradução. (Ainda bem que já cá não estás para assistir a estas coisas, Simone de Beauvoir. Porque eras capaz de te indispor… O teu feminismo não era nada disto.) Adeus, futuro.