Para sempre
Recebo um e-mail do PEN Clube português sobre a abertura do concurso literário que todos os anos premeia um (ou mais, se ex-aequo) poeta (P), um ensaísta (E) e um narrador (N). E, nada é por acaso, o e-mail seguinte é sobre a nova edição de Para sempre, de Vergílio Ferreira, pela Quetzal, um romance que ganhou o PEN de Narrativa em 1984 (além do Prémio Literário do Município de Lisboa no ano anterior) e que é seguramente um dos livros preferidos dos leitores de Vergílio. Como o protagonista tem demasiadas afinidades e semelhanças com o autor, e no livro regressa já velho à casa onde cresceu para fazer uma espécie de balanço da sua vida, a editora escolheu (e bem) reproduzir na capa deste reedição uma fotografia da Vila Joséphine, onde Vergílio passou parte da infância. Para sempre é um dos romances mais emblemáticos da literatura portuguesa (a par de outros como Sinais de Fogo, de Jorge de Sena, Finisterra, de Carlos de Oliveira ou Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio) e em boa hora volta aos escaparates, relembrando um autor que também deu muito ao ensino (foi professor no Liceu Camões) e deve ser lido pelas novas gerações.