Poesia roubada
No momento em que leio com deleite um pequeno livro de poesia de um autor cujo romance publiquei (falarei dele num post independente), volto à carga com uma história de roubo (na semana passada falei de uma casa esvaziada onde só ficaram os livros), desta feita de um longo poema. (Roubo-a também eu, como agora se diz, ao mural do meu colega editor Vasco Silva.) Diz a notícia por ele lida que desapareceram de uma casa em Hong Kong várias peças valiosas, entre as quais um longo poema de Mao (sim, pelos vistos o ditador chinês também escrevia poemas), manuscrito pelo próprio num pergaminho e avaliado em 250 milhões de euros. Porém, a pessoa que o surripiou não devia acreditar muito no valor da poesia (ou dsconheceria quem era o autor) porque vendeu o dito poema apenas por 54 euros a um «especiallista» que, achando-o muito grande, o rasgou ao meio na esperança de facturar duas vezes... Não sei quanto ganhou com a ignorância, pois isso já não era dito; mas aquilo a que achei graça foi a frase de um sinólogo inglês, Arthur Waley, segundo o qual «os poemas de Mao não são tão maus como as pinturas de Hitler, mas não são tão bons como as paisagens de Churchill». Tenho de ver se leio este meu confrade.