Por mãos alheias
Agatha Christie é, provavelmente, uma das autoras que mais exemplares venderam das suas obras (milhões e milhões em todo o mundo). Com a sua morte, em 1976, desapareceram para sempre heróis como Miss Marple ou Hercule Poirot, igualmente celebrizados em filmes, alguns dos quais com grande sucesso de bilheteira. Os herdeiros não pareciam, de resto, interessados em ressuscitá-los, mas eis que uma romancista e poetisa de 43 anos, Sophie Hannah, admiradora da obra da grande senhora do crime, enviou para uma grande editora cem páginas de um original que tinha Poirot como protagonista… Mathew Pritchard, neto de Agatha, conta como a família se sentiu imediatamente arrebatada por esse início de romance e logo se apaixonou pela possibilidade de continuar a obra da sua avó. O livro, intitulado Os Crimes do Monograma, cuja acção decorre em 1929 e abarca três mortes num hotel de Londres, surgiu nas livrarias este mês, trinta e oito anos depois de ter sido escrito o último Poirot pela sua inventora (Crime Adormecido). A obra de Sophie Hannah já foi comprada para 50 países e será traduzida em 30 línguas, oportunidade para os amantes do detective matarem saudades… e os herdeiros de Agatha Christie somarem fortuna, claro.