Porquê sozinho?
Ler é uma actividade solitária, é um facto. Claro que se pode ler em voz alta para alguém que não vê, ou até em grupo, numa aula de Língua Portuguesa, lendo um texto a várias vozes. No entanto, para uma leitura atenta requer-se algum recolhimento. E, porém, se há pessoas que não gostam de ir ao cinema sozinhas – por não terem depois com quem trocar impressões sobre o filme –, agora também há muitas maneiras de ir ter com alguém para discutir um livro que se acabou de ler. A revista Time Out/Lisboa publicou, de resto, uma lista de clubes e comunidades de leitura espalhados pela cidade. Parece que o mais antigo destes clubes se chama Missa e tem como objectivo falar sobre a Bíblia, mas há muitos mais. As livrarias (Leituria, Ler, Almedina...) têm quase todas actividades relacionadas com a leitura e debate à volta dos livros, bem como algumas instituições (a Culturgest, por exemplo) que todos os anos organizam comunidades de leitores que se debruçam sobre livros relacionados com temas específicos. Além delas, porém, alguns bares (Povo, A Viagem, Titanic sur Mer...) oferecem também agora a possibilidade de ler poesia ou falar de livros em vez de beber e dançar (ou ao mesmo tempo). Assim, se está desesperado por falar com alguém acerca do que leu, não fique sozinho: escolha o lugar que lhe parecer melhor.