Presentes da Feira do Livro
Este ano o balanço da Feira do Livro foi bom para a LeYa, pois superou as vendas do ano anterior. E foi bom também especialmente para mim que, trabalhando num segmento que, em termos de vendas, é «minoritário» (a literatura a sério vende muitíssimo menos do que a auto-ajuda, a ficção comercial ou os livros aconselhados por influenciadores e Booktokers), consegui que o título mais vendido do grupo tivesse sido um dos «meus», coisa rara e (quase) nunca vista.Trata-se de Nem sempre as Árvores Morrem de Pé, de Luísa Sobral (parabéns, Luísa!); e sabemos, claro, que o facto de a autora ser uma artista conhecida ajudou, mas o que me agrada mesmo é que, como o livro é de qualidade, pelo menos aqueles que se sentem atraídos só pela «celebridade» lerão um romance muito bom que as formará em muitos sentidos e que está já em 9.ª edição. Também correu muito bem o novo Prémio LeYa, Pés de Barro, de Nuno Duarte (recomendo vivamente que o leiam), e, claro, os romances de Han Kang, a mais recente vencedora do Prémio Nobel da Literatura, sobretudo Despedidas Impossíveis. Como leitora, fui também brindada com livros muito bons, entre os quais um de que aqui falarei em breve aqui no blogue: o último da trilogia de Leïla Slimani, Levarei o Fogo Comigo, cujo ponto de partida para o título é curiosamente uma frase de Cocteau que também inspirou o título Salvar o Fogo, de Itamar Vieira Junior. Excepto pela caloraça exageradíssima em alguns dias, uma feira que valeu a pena!