Provérbios
Como muitas outras coisas da língua portuguesa, os provérbios sempre me interessaram, e há uns tempos recebi com prazer um livro de contos de Margarida Batista intitulado Provérbios Provados, no qual os contos reflectem sobre episódios e situações da condição humana ilustrados por provérbios e adágios às vezes bem antigos, provando que certas histórias continuam a repetir-se em todas as gerações e todos os tempos. Soube também recentemente que há mais pessoas ligadas às letras que são aficionadas de provérbios, como Gonçalo M. Tavares, por exemplo, que agora escreve justamente sobre a matéria de segunda a sexta no Correio da Manhã, jornal em que tem também uma crónica mais longa aos sábados. Fascinado pela cultura popular, o romancista escolhe diariamente um ditado e dá a conhecer a sua origem e significado. "Os provérbios são uma espécie de ensinamento ancestral, urbano mas também do campo e de todos os lados do Mundo, caracterizados por serem muito rápidos, muito sintéticos e por serem muitas vezes divertidos, outras vezes rimados, com ritmo. E são muitas vezes, também, achados verbais”, diz o autor de livros notáveis como Viagem à Índia, Jerusalém ou o conjunto de livros reunidos sob o título O Bairro. Lá vou eu ter de ir espreitar.