Que há num nome?
Na sequência do que ontem aqui escrevi, é absolutamente legítimo que fiquemos contentes quando alguém de quem gostamos ganha um prémio literário. Mais ainda, se gostarmos do que essa pessoa escreve e da forma como o diz (voz linda a ler). E mais ainda se esse prémio não abarca apenas o nosso pequeníssimo Portugal mas todo o espaço Ibero-Americano. Pois é, a poetisa Ana Luísa Amaral, que conheço há pelo menos vinte e cinco anos e com quem me dou muito bem apesar de só nos vermos duas ou três vezes por ano, venceu um galardão de respeito: o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana! Um dos seus mais recentes livros, What's in a name? (sim, chama-se assim mesmo, em inglês, e a mim remeteu-me logo para a pergunta «Must a name mean something?» na Alice de Lewis Carroll, mas tem que ver com outras cosmogonias e reminiscências), já tinha sido o preferido dos livreiros espanhóis; e agora é a obra toda que é tão justamente premiada. Penso que neste século XXI é a segunda vez que o prémio, instituído em 1992, é atribuído a um poeta português, tendo contemplado Nuno Júdice antes de Ana Luísa Amaral. No século passado, só Sophia teve direito a ele. Parabéns, Ana Luísa Amaral.