Rebobinar
Ora então cá estamos nesta segunda-feira, eu já refeita ou a caminhar para isso, o blogue a voltar à sua vida normal, o trabalho todo embrulhado na minha mesa. Rebobinemos então para falar de um grande senhor, já tanta vez indicado ao Nobel, chamado Milan Kundera, sobre cujos livros já aqui tenho escrito várias vezes. Na oposição quando a Checoslováquia era dominada pela ditadura comunista, Kundera exilou-se, como sabem, em Paris e mais tarde começou até a escrever os seus livros directamente em francês. Perdeu a nacionalidade checa e os seus romances foram proibidos na pátria (A Insustentável Leveza do Ser só veria a luz checa em 2006!) mas, apesar de ter reatado laços com o país natal (hoje República Checa) na sequência da queda do regime pró-soviético (até já escrevi uma crónica sobre este assunto que aqui partilhei), só agora, 40 anos depois, lhe é devolvida a nacionidade e apresentados pedidos de desculpa pelo embaixador em Paris em nome do Governo (e pessoalmente, indo ao seu apartamento, o que tem outro peso). Corrijam-se outras injustiças como esta e teremos um mundo mais feliz.