Recomenda-se
O diário espanhol El País tem uma ferramenta de sonho: Librotea, um recomendador de livros. Na verdade, é uma livreira digital – e é mulher porque as estatísticas dizem que as mulheres lêem mais e que as escritoras têm cada vez mais peso nas listas dos livros mais vendidos. Mas isso pouco importa para quem gosta de ler e, quando vai a casa de alguém, não consegue deixar de cheirar estantes alheias. Librotea permite conhecer as estantes de escritores, críticos, ensaístas e bloggers, gente da música, do cinema e das artes plásticas. Todos os leitores podem abrir um perfil na Librotea (librotea.com) de forma gratuita e criar as suas próprias estantes, seguir outros utlizadores, partilhar o que andam a ler nas redes sociais e até comprar os livros recomendados (através de ligações a livrarias virtuais) ou fazer crítica literária. A grande diferença entre este «recomendador» e outros do tipo (a Amazon também recomenda) é que, em vez de um complexo algoritmo, aqui os conselhos podem vir de especialistas ou outros utilizadores da rede com quem vamos sentindo afinidades; e, além disso, as categorias das estantes são muito mais amplas do que numa livraria online, pois podemos encontrar as listas de títulos que marcaram ou ensinaram a ler determinada pessoa que admiramos (Vargas Llosa está lá, por exemplo) ou uma estante de livros que atingiram o sucesso depois de adaptados ao cinema, juntando duas obras tão distintas como As Horas e O Padrinho. Para terminar, a Librotea permite ligações a entrevistas e artigos escritos no El País sobre as obras que pesquisamos. Uma espécie de boca-a-boca das novas tecnologias. Também quero disto em Portugal.
P.S. Se amanhã o blogue tiver um look diferente, não estranhem. São mudanças a favor de uma maior legibilidade em todos os tipos de dispositivos.