Russos gratuitos
Nunca fui a Moscovo, mas visitei Sampetersburgo no final dos anos 1990 e fiquei absolutamente rendida à beleza do metropolitano. Dizem-me que em Moscovo é igualmente bonito – se não mais – e, assim mesmo, é possível acrescentar-lhe beleza com palavras. Como? Uma ideia gira! As estações de metro vão em breve disponibilizar uma biblioteca virtual de autores clássicos da pátria: as obras de Tólstoy, Pushkin ou Chékhov, por exemplo, poderão ser descarregadas pelos vários milhões de passageiros que viajam diariamente no metropolitano de Moscovo. O projecto está pensado para, em pouco tempo, ser também estendido aos eléctricos e autocarros da cidade, e os moscovitas estão a ser encorajados a aconselhar outros títulos além dos primeiros cem que farão parte da iniciativa. Não é a primeira vez que o metropolitano de Moscovo se torna plataforma cultural, tendo tido já pequenas galerias de arte montadas nas suas várias estações, num diálogo artístico com o público que nem sempre tem tempo para visitar exposições. Ventos bons da Rússia dos nossos dias. Para variar.