Strout ataca de novo
Já aqui confessei que sou uma verdadeira fã da obra de Elizabeth Strout, a escritora norte-americana que começou a escrever bastante tarde para os parâmetros habituais mas que, em pouco mais de meia dúzia de romances, se firmou como um dos principais nomes da literatura contemporânea. Ainda ontem, numa sessão em que falei de projectos literários que aprecio especialmente, me referi a esta autora que tem duas personagens notáveis que atravessam a sua obra: Olive Kitteridge, uma antiga professora de Matemática implacável com a estupidez humana e sem a menor paciência para a família (há uma série de televisão baseada nos dois livros em que é protagonista (Olive Kitteridge e A Segunda Vida de Olive Kitteridge); e Lucy Barton, que temos a oportundiade de ler, não cronologicamente, em romances que falam da sua infância, do reencontro com a vida pobre do campo quando já se tornou uma escritora conhecida, da procura de uma cunhada desconhecida, do período da COVID com o ex-marido, do reencontro com a mãe num hospital, enfim, sempre a mesma Lucy em várias idades e contextos. Num dos livros da série Lucy Barton, apareceu por acaso alguém que mencionava a Olive, mas agora estou fascinada: o novíssimo Conta-me Tudo, que vou comprar a correr, faz com que ambas, Lucy e Olive, se conheçam. Não posso esperar por mais esta surpresa. Leiam esta autora, que não se vão arrepender.