Torga e Camões
Já lá vão trinta anos que o Prémio Camões – o mais importante galardão para a literatura de língua portuguesa – foi, pela primeira vez, atribuído. A quem? A Miguel Torga que, ao que li, disse ao recebê-lo: «Queria ser no mundo, como em letra redonda o declarei, um homem, um artista e um revolucionário.» Não poderia, pois, o Espaço Miguel Torga (complexo cultural belíssimo nascido do risco harmonioso de Eduardo Souto Moura, em São Martinho da Anta, terra onde podemos ver ainda a casa do escritor) deixar de comemorar o acontecimento; e é já hoje à noite que passa o espectáculo Palavras Talhadas em Rocha (lembrem-se de que o nome verdadeiro do escritor era Adolfo Coelho Rocha), composto por leituras de poesia, contos e passagens dos diários deste autor feitas pelo jornalista cultural João Morales, acompanhado pelo violino de Maria do Mar e pelo clarinete de Juan Cato Calvi. A entrada é livre. Uma bela maneira de recordar o grande escritor que, durante muitíssimos anos, foi o candidato português ao Nobel da Literatura.