Transcrever
Dizem que os miúdos da escola secundária não acertam em transcrições do texto pedidas nos testes pelos professores porque simplesmente não sabem o que quer dizer «transcrever»… Bem, espero que aqui no blogue ninguém tenha dúvidas sobre a palavra e que os mais disponíveis possam abraçar voluntariamente o pedido de transcrever cartas para um projecto que dá pelo nome de Cartas da Natureza. Não pensem logo em coscuvilhice amorosa e em envelopes com pétalas de flores perfumadas, embora por acaso haja plantas e flores implicadas nisto. É que a correspondência histórica que se pretende ver passada a computador é, nem mais nem menos, a que foi dirigida ao Jardim Botânico da Universidade de Coimbra entre 1870 e 1928 por leigos e especialistas, tantas vezes acompanhada por desenhos feitos à mão e caligrafia estupenda, com esclarecimentos, perguntas e dúvidas sobre espécimes. Pois bem: apesar de muito do material estar já digitalizado, era importante extrair o texto dessas cartas fotografadas e reproduzi-lo em caracteres digitais para que possa ser servir melhor os interesses de estrangeiros que visitam a Biblioteca Digital Botânica e de todos os que têm dificuldade em decifrar algumas letras. Ao transcrever os documentos, o copista vai de certeza ganhar um sem-número de informações novas e deliciosas, além de, como podem calcular, dramas e episódios pessoais bastante inspiradores. Quem me dera ter tempo…