Uma livraria que seja sua
Sim, pode parecer sexista ou feminista, como queiram, mas a ideia é criar uma livraria de mulheres na cidade do Porto no próximo mês de Abril. Ao que sei, existe apenas meia centena de livrarias deste tipo em todo o mundo, mas Aida Suarez, a mentora do projecto, não tem medo de arriscar. Espanhola, está habituada a viver seis meses em Portugal e outros seis em Espanha e leva sempre livros com ela para ler no comboio (imagino que muitos serão de escritoras). Inspirando-se numa livraria para mulheres que existe em Madrid (a Prolég, onde uma vez entrou), Aida resolveu criar um espaço de promoção da cultura feminina na Invicta e diz que os homens serão também muito bem-vindos, mas os livros serão todos de mulheres. (O mote é justamente de uma escritora que todos conhecemos, Virginia Woolf, e do seu livro Um Quarto Que Seja Seu.) Para realizar este sonho, Aida lançou na Internet uma plataforma em que apela ao contributo de todos – Confraria Vermelha (confraria por apelar à união, vermelha por ser a cor da capa de Capuchinho, a mais famosa personagem feminina de contos infantis). Porém, o projecto da livraria não se resumirá a um lugar para vender livros, incluindo telões para a emissão de filmes, um espaço para lançamentos e apresentações, cursos, conferências, tertúlias e debates. Nos escaparates, literatura de mulheres e para mulheres, livros práticos para mães e mulheres trabalhadoras, ensaios sobre a igualdade de género e muitas outras coisas. Vão ser precisos 12 000 euros para pôr tudo em marcha, mas haverá certamente muitas mulheres com vontade de contribuir.