Viajar com Patti Smith
A cantora Patti Smith é, para quem não saiba, uma excelente escritora; o que eu não sabia é que tinha escrito também sobre viagens, e essa é uma excelente novidade. Daqui por uns dias, sai, de resto, para o mercado o seu livro M Train, na colecção de literatura de viagens «Terra Incognita», da editora Quetzal, que inclui já verdadeiros clássicos do género, entre os quais figuram, por exemplo, O Grande Bazar Ferroviário, de Paul Theroux. Mas, desta feita, o «comboio» são as Memórias de Patti Smith, e o livro fala-nos de muitos lugares, relacionando-os constantemente com a literatura (e, claro, o rock). Como escreve o editor: «Sentada no seu café nova-iorquino preferido, Patti Smith lembra as sucessivas viagens que alimentam as suas obsessões artísticas e literárias, bem como o seu desejo de uma beleza que transgrida a ordem do tempo.» E acrescenta (copio um pouco do texto de apresentação porque ainda não tenho o livrinho nas mãos, mas está quase) que iremos poder viajar com ela da Guiana ao México e da casa de Frida Kahlo até Berlim, e também visitar os túmulos de Jean Genet, Sylvia Plath, Rimbaud e Mishima, sentarmo-nos na cadeira de Bolaño ou homenagearmos Burroughs e Sebald. Já tenho água na boca, claro: está na lista de compras da próxima quinta.