Viva a Figueira!
Quando publiquei o primeiro romance de Nuno Camarneiro (No Meu Peito não Cabem Pássaros), era o meu primeiro autor da Figueira da Foz; pensava que não houvesse muitos mais, mas depressa descobri que Afonso Cruz também ali tinha nascido, bem como Maria Manuel Viana (e há mais, mas poupo-vos ao elenco). Com o segundo romance (Debaixo de Algum Céu), Nuno Camarneiro venceu o Prémio LeYa, que foi o primeiro para a Figueira da Foz; mas este ano o galardoado, António Tavares, é o vice-presidente da Câmara da Figueira, fazendo pensar que os figueirenses são especialmente dotados para a literatura e os prémios e que a Figueira está por isso de parabéns. É lá, de resto, que estarei hoje à tarde para ouvir o professor José Carlos Seabra Pereira, membro do júri, dissertar sobre O Coro dos Defuntos, um romance belíssimo que fala do nosso Portugal entre 1968 e 1974 e das milhas a que estávamos do mundo, que então fervilhava de novidade e convulsão – pronto-a-vestir, idas à Lua, guerra no Vietname, transplantes cardíacos, revolução estudantil em França, supermercados… Se estiver nas imediações, venha fazer-nos companhia. E leia o livro, claro.